domingo, 30 de setembro de 2012

CRIANÇAS COMO PRODUTORAS DE CONHECIMENTO E CULTURA




Equidade para a Infância entende que a cultura é um direito humano inalienável e uma dimensão chave do desenvolvimento das sociedades. A relação entre infância e cultura é complexa e sua compreensão variável histórica e contextualmente. Se os imaginários dominantes ainda reforçam a idéia da criança como receptora e reprodutora das ordens culturais, outras concepções consolidadas em vários âmbitos acadêmicos e sociais reconhecem sua condição de sujeitos ativos na construção da sociedade.

No terreno da cultura são construídos os símbolos, as normas e os valores que instituem realidades, ao mesmo tempo em que surgem práticas transformadoras das ordens previamente estabelecidas. Deste modo, as reflexões sobre cultura devem partir da compreensão de sua articulação com as relações de poder e com as condições econômicas que restringem ou ampliam as possibilidades de ações dos diferentes sujeitos. Assim, a dimensão cultural não se desvincula dos processos econômicos e políticos e das múltiplas desigualdades que conformam as condições de reprodução e transformação social.

Do mesmo modo, num mundo regido por lógicas assimétricas que em geral implicam a subordinação infantil com relação aos/às adultos/as, as crianças não assumem uma posição passiva: negociam, compartilham e criam conhecimento e cultura com seus pares e com os/as mais velhos/as nos diversos espaços onde participam. O fortalecimento da agencia infantil depende da capacidade que tenhamos para desconstruir o olhar adultocêntrico tão arraigado, ampliando a escuta e incorporando o ponto de vista das crianças. A abertura de espaços para sua efetiva participação no âmbito doméstico, comunitário, institucional e público constitui um desafio necessário neste sentido.

Os documentos que reunimos neste boletim apresentam distintos aspectos e reflexões acerca da complexa articulação infância-cultura. Por um lado, enfocam esta relação em termos de suas transformações históricas e contextuais; por outro, destacam a potencia que podem ter as experiências educativas e artístico-culturais no sentido de constituírem-se como lugares de criação, produção de subjetividade e construção coletiva. Ao mesmo tempo, entendem estas experiências como possíveis caminhos para a ampliação da cidadania na medida em que permitem crianças, adolescentes e jovens reconhecerem-se como sujeitos de direitos, denunciando aqueles que estão sendo vulnerados, e desenvolvendo ações que favoreçam a melhoria de suas condições de vida.

O enfoque proposto por Equidade para a Infância pretende direcionar o olhar para as condições sociais e os processos culturais que incidem nas crianças, e que ao mesmo tempo são modificados por elas a partir de sua condição de produtoras de conhecimento e cultura. Neste sentido, a agencia infantil se constitui enquanto prática potencialmente transformadora das dinâmicas de reprodução da desigualdade.
Arte e Cidadania. A contribuição dos projetos artístico-culturais para a construção da cidadania de crianças e adolescentes. UNICEF Argentina. Sennaf, Fundación Arcor, Equipo de Acción por los Derechos Humanos (EDADH), 2008. 

Infância e adolescência na cultura do consumo. CASTRO, Lúcia Rabello  (Org.).  Infância e Adolescência na Cultura de Consumo. Rio de Janeiro, Editora Nau, 1998.

“Um olhar reflexivo sobre a cultura da infância”.Seminário Introdução à proposta educativa Reggio Emilia, Itália. Bogotá, 2006.

Orquestras e coros juvenis e infantis da Venezuela.Entrevista com Vanessa Díaz, Diretora da Orquestra Pré-infantil Mozart de Maracay. Infancia Latinoamericana. Revista Digital de la Asociación de Maestros Rosa Sensat. N. 4. Abril, 2012.

Cidadania e estética dos jovens das periferias e favelas. Herschmann, Micael. Martín-Barbero, J. (coord.). Entre Saberes Desechables y Saberes indispensables. [agendas de país desde la comunicación]. Documento no. 9. Centro de Competencia en Comunicación para América Latina, C3 FES. Bogotá, 2009.


Formação de agentes educativos a partir de práticas culturais afro-descendentes.
Entrevista com Danit Torres (OEI-Colômbia)

Nesta entrevista, Danit Torres, Especialista em Infância da OEI-Colômbia, aborda sobre um componente do Programa Educativo Integral com Populações Afro-descendentes que se dirige a profissionais da educação e que busca promover a sensibilização e a formação para o trabalho com populações afro-descendente de diversas regiões da Colômbia. Esta experiência busca incorporar, na formação dos/as agentes educativos/as que trabalham com crianças de 06-anos, os processos sociais, culturais e políticos, e as tradições das comunidades onde vivem.    veja mais


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Encontrinho Ylê D'Erê e XI Caruru de Ibejis movimentarão Itacaré nesse começo de primavera!


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Encontrinho Ylê D'Erê e XI Caruru de Ibejis movimentarão Itacaré nesse começo de primavera!
Terá início na próxima quarta-feira, 26 de setembro, o Encontrinho Ylê D'Erê, na Casa do Boneco de Itacaré, o evento, traz em sua concepção, a preocupação com a infância e adolescência da população negra, na garantia de espaços e eventos que possam fortalecer a ancestralidade e autoestima dos pequenos. O evento, principal ação do Prêmio Pontinho de Cultura (MINC), também é uma convergência de “zumbisonhos” da Rede Nacional Mocambos, com um intuito maior de devolver à infância negra o direito de viver sua cultura e ludicidade, tão sequestradas pelo modelo dominante da sociedade convencional e racista.

Fotografia de Lata, contação de histórias negras com montagem de espetáculo, vivencias com griôs, passeio no quilombo, aula de yorubá, encontro de tambores, passeio na praia com aulas de capoeira angola e surf fazem parte de uma programação riquíssima que vem sendo produzida há meses pelo Coletivo da Casa do Boneco com a colaboração de diversos parceiros.

O Encontro, estará conjugado com o XI Caruru de Ibeji, que acontece na tarde do domingo dia 30, uma grande celebração para servir as comidas de todos os orixás e distribuir muitos doces e brincadeiras para os erês. Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gêmeas infantis, ligadas a todos os orixás e seres humanos. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc. Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo é o Orixá Erê, ou seja, o Orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada à infância.

O Caruru de Ibeji na Casa do Boneco é uma celebração à vida e resistência de todas as crianças, sua história começa com a batalha pela sobrevivência de Lori Mafoane, que nasceu com 6 meses e menos de 2kilos e vigorosamente se tornou uma criança feliz, saudável e inteligente.

Para José Balbino, do Coletivo Nordeste Livre / Rede Mocambos, participar do caruru dos Ibejis é “acreditar que nossas crianças são diferentes e fazem a diferença por que perpetuam o jeito africano de brincar, imaginar, conviver e realizar. África é coletividade e a brincadeira dos erês é a garantia que nosso jeito, nossas vontades, nossas visões, são capazes de transformar.”

O Evento terá a participação e apoio do Coletivo Casa Preta (Belém / PA), Nzinga Capoeira Angola (Salvador), Rede Mocambos, Nordeste Livre, Grupo Leiturança (Salvador), Associação de Surf de Itacaré, Tela Preta (BA),Circuito Baiano de Surf Master e Eco Surf Itacareense, os Griôs Mestre Chico (RGS), Elias Bonfim (BA) e Macêdo (RJ)


SERVIÇO
Evento: Encontrinho Ylê D'erê e XI Caruru de IbejisQuando: De 26 à 30 de setembro de 2012Horários: 9 às 18h ( com exceção do dia 30, cujo horário é das 13 às 17h)
Local e Realização:Casa do Boneco de Itacaré

Entrada: doação de 2 brinquedos (podem ser reciclados e usados)

Contatos: casadobonecodeitacare@gmail.com / 73 9133 4104 / 9979 0675

Saudações Mocambólicas!
Say Adinkra
"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas,
absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não
caibo no estreito, eu só vivo nos extremos" Clarice Lispector
Contatos: 73 9133 4104 - 9920 5257
Skipe: saymalta - casadoboneco
www.casadoboneco.blogspot.com
www.turismoafro.com.br
www.mocambos.net
http://wiki.mocambos.net/Pedagogia_Anti_Racista

...Eterno é o Batuque no terreiro da minha vida, e depois que eu tombar pode chamar o meu filho...

"Você não vai celebrar comigo?
Lucille Clifton

você não vai celebrar comigo
o que moldei num
modo de viver? não tive modelos.
nascida na babilônia
nascida não-branca e mulher
o que eu vi pra ser, além de mim mesma?
eu inventei
aqui nessa ponte entre
pó-de-estrela e barro,
essa minha mão;
vem celebrar
comigo que todo dia
alguma coisa tentou me matar
e fracassou.
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domingo, 23 de setembro de 2012

MINISTRA DA CULTURA RECEBE EM AUDIÊNCIA ABERTA MOVIMENTOS SÓCIO-CULTURAIS EM BRASÍLIA


Prezad@S Parceir@s do Programa Cultura Viva.
20 de setembro de 2012, vivenciamos neste dia um momento singular para a cultura brasileira. Uma Ministra de Estado recebendo em audiência aberta e stremada, Representantes de Movimentos socioculturais da cultura digital de  20 Estados da Brasil, que lotaram a sala de reuniões da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural/SCDC/MinC, para apresentar as boas vindas e as principais pautas à Srª Marta Suplicy. Além da Ministra estavam presentes a Secretária Márcia Rollemberg/SCDC, vários funcionários, Coordenadores e Diretores da SCDC, SEC, IPHAN, SPC e vinculadas.

A Comissão Nacional dos Pontos de Cultura/CNPdC estava representada por Dayse Hansa/DF, Lula Dantas/BA/Matriz Africana e Mestra Doci/PRB/Ação Griô Nacional. Estavam presentes Representantes  e Coordenadores de vários Pontos de Cultura, entre eles o Chico Simões, Patrícia Ferraz e Alexandre Santine (Este último Apresentado “equivocadamente” como Representante da CNPdC),  Representantes de Coletivos Mídialivristas, Rádios Comunitárias, Cineclubes, Hip Hop, Povos de Terreiro e várias Redes, além de gestores culturais  que fizeram uso da palavra e defenderam várias bandeiras de luta do Movimento Sociocultural brasileiro.
As representações  tiveram cada um 03 minutos para fazer suas falas, foram apresentadas também cartas coletivas e ofícios.   Lula Dantas  fez a leitura da CARTA DOS PONTOS DE CULTURA DO BRASIL À MINISTRA MARTA SUPLICY, e  protocolou o ofício, conforme textos construídos colaborativamente, solicitando agenda e sinalizando pautas. (Links para os documentos abaixo, ao final dessa mensagem) Mestra Doci/Ação Griô Nacional emocionou a Ministra e a platéia com sua reivindicação de atenção para os Mestres de Tradição Oral.


DAYSE HANSA/DF E MESTRA DOCI/AÇÃO GRIÔ CNPdC
Foi protocolado, também, ofício em nome da Comissão Nacional de Povos Tradicionais de Terreiro/CNPTdT, ação na qual o GT Matriz Africana/CNPdC tem importante contribuição e representação, Texto criado colaborativamente em documento aberto com a CNPTdT, solicitando agenda e sinalizando pautas.  Foi mencionada a atenção dispensada por parte da Secretária Márcia Rollemberg/SCDC, na realização da primeira ausculta nacional implementada pelo Governo Federal para esse Povo ignorado das políticas públicas, novembro/2011. O objetivo do Grupo é encaminhar as propostas e demandas prioritárias, apontadas na Oficina Nacional do Maranhão/2011, onde faz-se necessário o apoio e a vontade política do Ministério da Cultura e da Presidenta Dilma.


GLEICIARA UNIÃO DOS CINECLUBES
A Ministra Marta foi criteriosa nas palavras, ouviu atentamente a todas as falas, sinalizou 05 dias úteis de trabalho à frente do MinC, apontou como meta uma marca do seu governo, a inovação e a inovação para a era digital. E, solicitou que os agentes apresentem o que é novo para a cultura brasileira, em minha fala eu reiterei, “Srª Ministra, o Novo em política cultural no Brasil e no mundo é O Programa Cultura Viva, os Pontos de Cultura…”
Apesar da sala de reuniões lotada, apenas uma pequena e representativa parcela dos agentes e ativistas culturais estavam presentes e tiveram direito a fala, por conta do tempo. Apenas os “mais conectados”, e mesmo entre estes  foram poucas as representações dos Grupos populares e tradicionais, diante da nossa diversidade.


PAI LULA
Reflexões das falas da Ministra:
O PROGRAMA CULTURA VIVA, A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À CULTURA E A INOVAÇÃO, SÃO “OUSADIAS” NECESSÁRIAS PARA ALÇAR O PAÍS AO SÉCULO 21.
A MINISTRA TEM FORÇA E ARTICULAÇÃO POLÍTICA PARA OUSAR, DEMONSTROU CORAGEM E BOA VONTADE PARA FAZÊ-LO, AO MENOS NO DIÁLOGO E NO DISCURSO, ASSIM COMO, CONHECIMENTO DA MÁQUINA ESTATAL.
SEJA BEM VINDA MINISTRA MARTA SUPLICY!
AXÉ PRA QUEM TEM FÉ!
***
LINKs DE DOCUMENTOS QUE FORAM ENTREGUES/PROTOCOLADOS À MINISTRA:

SUBCOM/CNPdC
#culturavivajá

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UM POEMA EM CADA ÁRVORE EM ITABUNA

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UM POEMA EM CADA ÁRVORE – Intervenção Poética nas Margens do Rio Cachoeira (Itabuna-BA)

Vivas: poesia, arte e meio ambiente!

No próximo dia 21 de setembro, sexta-feira, às 15 horas, acontecerá em Itabuna a intervenção poética: “Um poema em cada árvore”. A Associação do Culto Afro-Itabunense realizará essa ação, comemorativa do Dia da Árvore, nas margens do Rio Cachoeira, Av. Beira Rio, em frente a praça Olinto Leone (Praça do Banco do Brasil)

A intervenção movimentará 83 cidades em todo o Brasil, em todas as regiões, tendo como objetivo a valorização da produção poética nacional e local, uma vez que serão expostos nas árvores 15 poesias encaminhadas pelo Instituto Psia, que idealizou o projeto e a configuração dessa rede, e 10 poemas de escritores de Itabuna.

Aproveitando a oportunidade, a Acai convida os poetas de Itabuna interessados em fazer parte do projeto a encaminhar uma poesia de temática livre, com até uma página (arial -16) para o e-mail acaipontodecultura@gmail.com até dia 14 de setembro, sexta-feira.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Na semana em que é celebrado o Dia do Cerrado: 11 de setembro, o Memorial dos Povos Indígenas será palco do encontro dos povos do Cerrado, de suas manifestações culturais e da feira de produtos da sociobiodiversidade.



A Rede Cerrado, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realizará o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, de 12 a 16 de setembro de 2012, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF.
Com o objetivo geral de mobilizar os povos do Cerrado e a sociedade para implementação de ações voltadas para a conservação e o uso sustentável do Cerrado, o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado será uma excelente oportunidade para dar visibilidade ao Cerrado, incluindo as ricas manifestações culturais dos seus povos e comunidades tradicionais. Deverá reunir cerca de mil representantes indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazenteiros, quebradeiras de coco, agricultores familiares, além de organizações da sociedade civil das unidades da federação onde há Cerrado brasileiro (DF, Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo e Bahia).
O Encontro dos Povos do Cerrado, realizado desde 2001, se consolidou como um espaço para: troca de experiências que resultem na conservação do Cerrado e na promoção de meios de vida sustentáveis; valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado; discussão e formulação de posições políticas conjuntas; e divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma, como também das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
Será dividido em três grandes momentos: o encontro; a feira dos produtos da sociobiodiversidade do Cerrado e a programação com as manifestações culturais do Cerrado, além de shows de artistas renomados.
O VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado tem o apoio do MDA, MMA, CONAB, MDS, FUNAI, Petrobras, Rádio Cultura/Secretaria de Cultura/GDF, EMATER-DF, por meio da emenda parlamentar do Deputado Distrital Joe Valle, Memorial dos Povos Indígenas, Projeto Florelos (ISPN/Comissão Européia), Central do Cerrado, PNUD, IBRAM/SEMARH/GDF, Ibama, ICMBio e CESE.
O ENCONTRO
O Encontro terá uma extensa programação que envolve seminários, palestras, oficinas, audiência pública e demais atividades sobre temas relativos à conservação do Cerrado e a seus Povos. Teremos ainda uma Mostra de Tecnologias Sociais para que possamos difundir as tecnologias de produção, uso sustentável, organização social, entre outras voltadas para a transformação social para nossas comunidades.
Será desenvolvido com foco na participação das comunidades e entidades, formalmente filiadas ou não à Rede Cerrado, que atuam em prol da sustentabilidade do Cerrado.
No dia 12/09 teremos à noite a solenidade de abertura com a fala dos Povos do Cerrado, autoridades e apoiadores do evento.
Dia 13/09, ao longo de todo dia, teremos seminários e painéis de debates acerca de assuntos inerentes ao Cerrado, seus povos e seus problemas, com a participação de autoridades e especialistas. Na parte da tarde teremos o Grito do Cerrado.
GRITO DO CERRADO
O Grito do Cerrado será uma grande manifestação pacífica com o intuito de alertar a sociedade e o poder público quanto aos desafios e problemas enfrentados atualmente pelo Cerrado e os povos e comunidades tradicionais que o habitam. Consiste em uma passeata pela Esplanada dos Ministérios, que sairá da Catedral de Brasília no dia 13 de setembro, com destino ao Congresso Nacional.
O Grito do Cerrado terá inicio por volta das 14h na Catedral de Brasília com a tradicional corrida de toras, realizada entre os índios Xavante e os Timbira, mobilizados pela Mobilização dos povos Indígenas do Cerrado – MOPIC.
Às 15h30 haverá audiência pública para debater a realidade do bioma Cerrado, no auditório Petrônio Portela – Senado Federal.
Na ocasião, será entregue aos parlamentares a Carta do Cerrado, documento que considera os posicionamentos políticos e as reivindicações da Rede Cerrado em relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população.
No dia 14/09 ao longo de todo o dia teremos a realização de várias oficinas simultâneas. Cada participantes poderá escolher a oficina que pretende participar atentando que algumas oficinas possuem numero de vagas limitadas.
A relação de atividades do encontro com os respectivos responsáveis, local e horário de realização serão disponibilizadas em breve no site da Rede Cerrado.
A FEIRA
A Feira dos povos do Cerrado irá promover os produtos e a troca de experiência entre os empreendimentos ecossociais de base comunitários, assim como divulgar as possibilidades de uso sustentável do Cerrado e de sua conservação. Serão cerca de 100 estandes para exposição e comercialização de produtos de cerca de 200 organizações comunitárias.
A PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Todo evento será enriquecido com uma intensa programação cultural que deve levar cerca de 20 mil visitantes ao Memorial dos Povos Indígenas. Nesta edição, o evento será integrado com o Festival PuroRitmo, com atrações culturais e uma praça de alimentação sustentável.
Rede Cerrado – 20 anos em defesa dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado
Na Rio 92, por ocasião da assinatura do Tratado dos Cerrados, nasceu a Rede Cerrado. Este documento definiu compromissos entre seus signatários para enfrentar as ameaças ao bioma, constituindo-se como o marco histórico e legal da Rede Cerrado.
A Rede Cerrado congrega organizações da sociedade civil que atuam na promoção do desenvolvimento sustentável e na conservação do Cerrado. São mais de 500 organizações identificadas com a causa socioambiental no bioma, que representam trabalhadores e trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, entre outros. A diversidade de atores comprometidos e atuantes no campo político da Rede Cerrado é grande e, sem dúvida, seu maior patrimônio.
O objetivo principal da Rede Cerrado é a luta pela conservação do bioma e a defesa de seus povos e comunidades tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.
Entre as atividades da Rede Cerrado, destaca-se a realização, desde 2001, do Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Um espaço de troca de experiências, de promoção de meios de vida sustentáveis, de valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado, de formulação de posições políticas conjuntas e, ainda, de divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma e das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
A Rede Cerrado também atua estrategicamente em diversos espaços públicos socioambientais para propor, monitorar e avaliar projetos, programas e políticas públicas afetos ao Cerrado e a seus povos.
O Cerrado e seus povos e comunidades tradicionais
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional (2.036.448 km2), abrangendo o Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. No Cerrado, moram 25 milhões de pessoas – 15% da população nacional, distribuída em 1.330 municípios.
É conhecido como “berço das águas” ou “caixa d´água do Brasil” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras.
Estudos apontam que existem cerca de 15 mil espécies de plantas no Cerrado, das quais 44% são endêmicas (exclusivas do bioma), além de uma fauna riquíssima, com aproximadamente 300 mil espécies de animais, sendo 90 mil insetos (28% do total de espécies do Cerrado) e 2.500 espécies de vertebrados.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 132 espécies do Cerrado constam na lista das espécies ameaçadas de extinção.
O problema central da ocupação territorial e econômica do Cerrado é o caráter predatório do modelo agrosilvipastoril predominante, que ameaça a própria existência do bioma e de seus povos. Até 2010, o Cerrado já havia perdido 48,5% de sua cobertura vegetal e o processo de devastação continua. Hoje, o bioma conta com 54 milhões de hectares ocupados por pastos e 21,56 milhões de hectares por culturas agrícolas.
Ao longo de 12 mil anos de ocupação humana, uma variedade de meios de vida e estratégias de uso e convivência se apresentaram na relação desses grupos com a diversidade ecológica do Cerrado.
Os povos e comunidades tradicionais do Cerrado são a representação atual dessa sociobiodiversidade, como conhecedores e guardiões do patrimônio ecológico e cultural da região. No tocante aos povos indígenas, no bioma encontramos mais de 80 etnias. Já os povos e comunidades tradicionais abrangem quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, entre outros, que convivem com o Cerrado, o conservam e respeitam.
A agricultura familiar e o extrativismo são importantes aliados na conservação dos ecossistemas por formarem paisagens produtivas que proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado, tais como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos estoques de carbono.
Povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares comprometidos com a conservação do Cerrado têm um papel extremamente relevante na manutenção do Cerrado em pé.
Serviço
O que: VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
Quando: 12 a 16 de setembro de 2012
Quando: Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF
Mais informações:
Ilka Fagundes
assessora de comunicação da Rede Cerrado

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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PROJETO TELEFONE DE LATA PROMOVE FORMAÇÃO E INTERAÇÃO PARA MONITORES E CRIANÇAS DE DOIS PONTOS DE CULTURA DA BAHIA!

                                      
O Projeto Telefone de Lata é uma iniciativa que justifica-se, principalmente pela necessidade de estimular o reconhecimento e valorização de práticas culturais locais como elemento fundamental ao desenvolvimento humano; de criar espaços de diálogo intercultural para a promoção de um maior conhecimento de si e do outro; de ampliar e consolidar uma rede de produção e intercâmbio de conteúdos relacionados à cultura da infância; e de promover ações de formação teórico e prática que potencializem a atuação dos Pontos de Cultura. A infância enquanto etapa do desenvolvimento humano apresenta uma série de especificidades relativas à construção simbólica e consequentes maturação e inserção cultural dos sujeitos. 

Entre as atividades estruturantes que marcam a infância, o brincar destaca-se como um dos principais mediadores da relação da criança com o mundo, permitindo que a mesma conheça, aprenda e experimente diversos arranjos e papéis sociais, além de permitir que habilidades físicas e cognitivas se desenvolvam. A criação de um programa de atividades lúdico-pedagógicas que tenha por objetivo favorecer um intercâmbio da cultura da infância, atua em duplo sentido: o do conhecimento da própria cultura, e o do conhecimento de outros contextos socioculturais, que podem ser compreendidos pela criança através do reconhecimento de similaridades e diferenças entre eles. 

Além de proporcionar às crianças participantes do projeto um canal onde dispõem de ferramentas adequadas à sua idade e habilidade, tal aproximação permitirá, a partir de um marco de compreensão, respeito e enriquecimento mútuo, o acesso ao conhecimento produzido em meios sociais marcados pela diversidade e interdependência sociocultural. Ao apresentar para grupos sociais de outras culturas os repertórios de brincadeiras pesquisadas na própria localidade, estimula-se a curiosidade, a compreensão e o respeito pela cultura de referência, bem como pela cultura da localidade que se pretende conhecer. 

Esse exercício, além de promover o contato com a diferença, facilita a percepção, por parte das crianças, dos elementos culturais que compõem suas próprias formas sociais, oportuniza o desenvolvimento de laços de afetividade e interesse entre os distintos grupos envolvidos e coloca em pauta a diversidade de “infâncias”, fruto da multiplicidade cultural, revelada em saberes e fazeres diversos. O tema  da cultura da infância e o registro etnográfico do brincar tornam-se elementos unificadores das vivências destes grupos que são ao mesmo tempo tão similares e distintas.O projeto retoma uma tecnologia de intervenção, elaborada e desenvolvida por esta equipe proponente, à execução de um projeto piloto de conexão infantil, iniciada no ano de 2009, que promoveu o intercâmbio da cultura da infância, entre crianças do povoado de Tapipa, município de Barloviento, na Venezuela e crianças brasileiras da comunidade do Unhão, localizada em Salvador. 

A experiência foi tomada como base para a elaboração da presente proposta, que visa, nesta edição, o intercâmbio entre crianças de outras realidades sócioculturais. Nesse sentido o grupo vem dando continuidade a essa proposta através da busca de parceria junto aos Pontos de Cultura, com o desenvolvimento de ações junto a duas entidades localizadas nos territórios do Litoral Sul e Extremo Sul. A atual proposta vê uma oportunidade para constituir, a partir da vivência em diferentes espaços culturais, o intercâmbio entre organizações da sociedade civil que fazem parte da política cultural (Programa Cultura Viva) que fomenta o programa de Pontos de Cultura.

O desenvolvimento da presente iniciativa significa, portanto, a possibilidade de adensar uma rede de produção que articule a infância e o audiovisual em formato de intercâmbio, que contribui tanto para a formação dos grupos participantes como para a produção de conteúdos dirigidos a essa faixa etária. A perspectiva é que com a continuidade do projeto outras localidades dentro e fora do Brasil possam ser incluídas, consolidando esta rede de intercâmbio como um espaço de referência para a pesquisa, produção e divulgação de conteúdos relacionados às culturas da infância. 

O projeto pretende, por fim, contribuir com um processo de formação continuada em linguagem audiovisual e acerca da cultura da infância junto aos monitores dos Pontos de Cultura, viabilizando tanto um suporte local à execução do projeto, quanto à ampliação do impacto da ação, já que a mesma promove o acesso a conhecimentos e ferramentas que permitem a continuidade desta ação e a criação de outras ações relacionadas com a cultura da infância, tendo como proponentes os próprios Pontos de Cultura.


Conheça as crianças das Comunidades:

Ponto de Cultura Tribo jovem 
( Comunidade Indígena, Aldeia Velha, Porto Seguro-BA)


                                       

Ponto de Cultura 

Associação do Culto Afro Itabunense 

(Comunidade de Terreiro, Ilè Axé Oya Funké,Itabuna-BA)


                                      


Acompanhe o Projeto no Nosso Blog, visite: http://telefonedelatacomunicacao.blogspot.com.br/

 Fotos: Telefone de Lata/ ACAI/Tribo Jovem)
( Texto: Telefone de Lata)






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